Estratégia, viabilidade e sustentabilidade — elementos essenciais para impulsionar a produção de produtos médicos e vacinas nas Américas: Diretor da OPAS
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Estratégia, viabilidade e sustentabilidade — elementos essenciais para impulsionar a produção de produtos médicos e vacinas nas Américas: Diretor da OPAS

Jul 26, 2023

Washington, DC, 7 de junho de 2023 (OPAS) - O Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Dr. Jarbas Barbosa, disse durante uma conversa ontem organizada pelo Centro para o Desenvolvimento Global em Washington, DC que garantir o acesso equitativo às vacinas , medicamentos e tecnologias em saúde é uma das lições da pandemia e uma das prioridades de seu mandato, iniciado em fevereiro de 2023.

"Na América Latina e no Caribe, quase 90% dos produtos médicos são importados", explicou o diretor da OPAS, que destacou a importância de "diminuir essa dependência de importações e a vulnerabilidade" que a acompanha, devido às possíveis flutuações do mercado global cadeia de mantimentos.

Segundo o Dr. Barbosa, “Um dos principais erros que vivenciamos como sistema público de saúde durante a pandemia foi não termos conseguido garantir o acesso equitativo a vacinas, ventiladores, medicamentos e equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas. É por isso que precisamos estar melhor preparados para a próxima pandemia."

O Diretor da OPAS considerou que o caminho a seguir é aumentar a capacidade produtiva da região, o que pode ser feito por meio de projetos “estratégicos, viáveis ​​e sustentáveis”.

O Dr. Barbosa destacou o estabelecimento em 2022 da Plataforma Regional de Acesso e Inovação para Tecnologias em Saúde, um projeto colaborativo da OPAS/OMS que está facilitando a transferência de tecnologia e impulsionando a produção regional de vacinas de RNA mensageiro no Brasil e na Argentina. “Isso beneficiará todos os países da região, porque as vacinas serão oferecidas por meio do Fundo Rotativo da OPAS”, afirmou.

Ele também observou que uma das primeiras decisões que tomou quando assumiu a direção da OPAS foi ajustar o organograma da instituição "para melhor refletir as prioridades dos países e as lições e prioridades da pandemia", como a necessidade de fortalecer e expandir saúde digital e garantir o acesso equitativo às vacinas.

Uma dessas mudanças foi a criação de um novo departamento para liderar a inovação e o acesso a medicamentos e tecnologias de saúde que se concentrará, entre outras coisas, em considerações regulatórias e na Plataforma Regional de Acesso e Inovação para Tecnologias de Saúde.

Durante a conversa no Centro para o Desenvolvimento Global, o Dr. Barbosa também mencionou o novo instrumento pandêmico em discussão na Organização Mundial da Saúde (OMS) que os países do mundo deveriam aprovar em 2024. Para o Diretor da OPAS, ter um novo mecanismo que estabeleça regras claras em caso de pandemia pode melhorar o acesso equitativo a vacinas e suprimentos médicos.

"Um dos meus compromissos é apoiar todos os países da região para que participem ativamente desse debate global, porque não teremos outra chance", afirmou. O Dr. Barbosa observou que, após a emergência da síndrome respiratória aguda grave (SARS), o Regulamento Sanitário Internacional foi alterado em 2005 e, após a pandemia de influenza A (H1N1), os países concordaram com a Estrutura de Preparação para Pandemia de Influenza, que entrou em vigor em 2011 .

“Se não consagrarmos as lições aprendidas com a COVID-19 no novo instrumento pandémico em 2024, infelizmente teremos de esperar pela próxima crise” para estarmos melhor preparados, alertou.

O Dr. Barbosa também falou sobre a necessidade de distribuição equitativa dos fundos da OMS entre as regiões. Na recente Assembléia Mundial da Saúde, os países aprovaram um aumento de 20% em suas contribuições fixas para a organização. “Embora a OPAS tenha recebido um aumento nas contribuições da OMS nos últimos anos, a distribuição ainda é desigual”, afirmou.

O Diretor da OPAS considerou fundamental que o nível central da OMS aloque mais recursos às regiões e representações nos países para fortalecer a cooperação técnica no campo.